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Nossa Cidade

Pratas da Casa: Giovana Pereira da Silva Airoldi

Há mais de duas décadas atuando na Secretaria de Esportes e com uma ligação mais que afetiva com o esporte que escolheu ainda menina, Giovana Pereira da Silva Airoldi se divide entre múltiplos papéis: é professora, técnica e árbitra internacional de Ginástica Olímpica. 

A atleta faz parte do movimento de evolução desse esporte nos últimos anos e teve papel de destaque na revelação de vários talentos surgidos em nossa cidade. Como resultado, Campinas comemorou importantes conquistas.

Seu primeiro contato com o esporte foi aos sete anos, quando Flávia, a irmã mais velha, recebeu orientação do médico da família para treinar Natação ou Ginástica Artística. Giovana não teve dúvidas e também estava presente na aula de avaliação, no ginásio do Taquaral, onde hoje é professora. Como demonstrou competências para o esporte, por questão de logística da família, passou a integrar a turma que treinava no Clube Regatas.

Convicção na escolha

A paixão pelo esporte foi imediata. Enquanto crescia o rendimento nos treinamentos, Giovana começava a traçar projetos de vida e a Ginástica Artística seria o fio condutor para se realizar profissionalmente, amparada por uma vida acadêmica extremamente ativa. “Aos 12 anos já sabia o que eu queria. E ao contrário de alguns tabus, sou a mais alta entre as irmãs. A GA não deixa a criança baixa, é questão de funcionalidade. Biomecânica. As baixas têm mais facilidade na prática desse esporte”, explicou.

A boa parceria com o Regatas deu frutos e, com o tempo, Giovana saltou da condição de atleta para a monitoria e ampliou a visão nos estudos. Com o conhecimento adquirido ao cursar Educação Física na Unicamp, licenciatura e bacharelado, aliado à prática adquirida em anos de treinamentos, passou a proporcionar aulas de excelência para as aprendizes de ginastas.

Desenvolvimeneto Motor

Em 1998, Giovana Airoldi prestou concurso público na Prefeitura de Campinas e foi aprovada. Em sua nova etapa na carreira profissional, aliou a montagem de equipes de competição com a formação de grupos de iniciação.

Por anos, vários espaços foram utilizados para os treinamentos, nem sempre com a estrutura ideal. Mas aderindo à determinação de Campinas em revelar atletas e, principalmente, em lapidar os talentos em estado bruto, foi uma das grandes responsáveis por fazer da cidade um centro respeitado de GA. E o município ficou ainda mais forte quando passou a contar com o apoio do Fiec – Fundo de Investimentos Esportivos de Campinas.

O período em que treinam Ginástica Artística, marcante na vida das crianças, é acompanhado diretamente pelos pais, que ficam sempre muito próximos das ações. Giovana dá seu testemunho: “antes dos 10 anos, normalmente as meninas não fazem esporte coletivo. Aí, vão pra natação, balé… e as mais agitadas têm mesmo que ir para a GA. E a prática aqui no Taquaral é antiga, tem uma tradição. Ela desenvolve demais a parte motora e não apenas em quem se transforma em atleta, mas também nas pessoas que vão encarar outros segmentos, já que a prática contribui  para o transcurso da vida em todos os estágios”, destacou Giovana.

Fabiana Murer, campeã mundial em Salto com Vara, diz Giovana, começou na Ginástica Artística, e tem movimentos que executa hoje, com perfeição, aprendidos na infância, nas aulas que frequentava no ginásio do Taquaral. “O mesmo se aplica a Mariana Maekawa, que foi uma das estrelas do Cirque du

Soleil”, exemplifica.

Vitórias, títulos e chave de ouro

Se o esporte provoca um fascínio na criança desde muito cedo, para os profissionais que trabalham na iniciação e competição, a responsabilidade é redobrada. A relação entre técnica e aluna é preciso ser de confiança irrestrita, porque os movimentos, os saltos iniciais, requerem cumplicidade.

“É preciso muita atenção para evitar quedas e acidentes que, muitas vezes, podem ser graves”, diz a técnica, frisando que, felizmente, isso nunca ocorreu com ela.

Atualmente, a esportista está voltada apenas para a iniciação de novos praticantes. Mas antes de fechar momentaneamente o ciclo de técnica, alcançou com Campinas, em 2019, antes do início da pandemia, o título de campeã dos Jogos Abertos do Interior.

“Fechamos com chave de ouro. Foi a modalidade que nos garantiu o primeiro lugar. Fiquei muito feliz por ter vivido esse momento”, comemora. Na outra ponta, o projeto de iniciação em GA, neste ano, recebeu 172 novas inscrições, “uma demanda impressionante, sem considerar as atletas que já treinam”, alegra-se Giovana. E relembra: “foram muitos títulos em torneios estaduais e nacionais”.

Arbitragem

O interesse em conhecer cada vez mais as técnicas do esporte e o contato direto com grandes atletas confirmaram o desejo de Giovana, existente desde os 14 anos, de também ser árbitra. E para isso, foi fundamental a habilitação em um estágio mais profissional e, inclusive, internacional.

Giovana é uma das árbitras mais conceituadas do país, frequentamente selecionada para grandes eventos: “este é outro capítulo da minha ligação com o esporte. Arbitrar me proporcionou conhecer vários países e culturas. Tive a oportunidade de ir para Pan-Americanos, Sul-Americanos, Campeonatos na Europa, Copa do Mundo. Participei de todos os eventos no Brasil – Pan-Americano, Ginasíada, Olimpíada no Rio, Universíade na Coréia, Copa do Mundo na China. É um retorno gratificante do esforço e do empenho”, atesta.

Formação de talentos

A Ginástica Artística, pela qualidade de professores e técnicos, pode transformar o país em um gigante da modalidade. Daiane dos Santos, no fim da década de 90, foi a precursora da visibilidade internacional. No ano passado, Rebeca Guimarães ganhou medalhas de ouro na Olimpíada e Mundial.

Mas não se pode esquecer que estes dois ícones, para alcançarem o objetivo, tiveram, no princípio da carreira, uma técnica como Giovana Airoldi, com olhar clínico e muita energia em busca da perfeição.

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