Nossa Cidade
Prefeito propõe criação de observatório de violência contra a mulher
O prefeito de Campinas, Dário Saadi, propôs na manhã desta quinta-feira, 12, a criação de um observatório de violência contra a mulher no município. O anúncio ocorreu na abertura do seminário “Todos contra o Feminicídio”, que conta com a participação de especialistas da Unicamp, da PUC-Campinas e de autoridades relacionadas ao enfrentamento da violência doméstica.
“Precisamos unir esforços para enfrentar o feminicídio e usar dados e pesquisas sobre o tema de modo a construir mais e melhores políticas públicas de enfrentamento a esse tipo de crime”, declarou. Para a secretária municipal de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos, Vandecleya Moro, a iniciativa representa um avanço significativo nos esforços do município. “Temos de enfrentar esse mal unidos. O feminicídio é uma tragédia que vitima mulheres, mas que fere a todos sem distinção de gênero. Pais e mães, filhas e filhos: todos se irmanam na dor da perda e por isso que essa luta é de todos”, destacou.
O Observatório de Violência contra a Mulher de Campinas terá como propósito reunir e sistematizar as estatísticas disponíveis sobre o tema no território. Fará também a divulgação de pesquisas relativas ao tópico, assim como contribuirá na proposição de políticas públicas de prevenção e de combate à violência contra a mulher e do atendimento às vítimas.
Caso Thais Fernanda Ribeiro
O evento também contou com a presença da família de Thaís Fernanda Ribeiro, jovem assassinada pelo namorado em 2019. Segundo Delfino José Ribeiro, pai da vítima, a Semana de Combate ao feminicídio adquiriu este ano um significado especial pois, na quarta-feira, dia 11, o Tribunal do Júri de São Paulo anulou o julgamento do réu, ocorrido em novembro do ano passado. Na ocasião os jurados não consideraram o crime feminicídio, o que causou polêmica.
Thaís Fernanda Ribeiro morava no bairro Vila San Martin, na região Norte de Campinas. Tinha 21 anos quando foi assassinada pelo namorado, em 10 de maio de 2019. Ela trabalhava como operadora de caixa do supermercado em Barão Geraldo. O assassinato gerou grande comoção em Campinas, especialmente na região onde ela vivia.
O feminicídio motivou uma mobilização da comunidade, liderada pelo Padre Antônio Rodrigues Alves. O vereador Rubens Gás redigiu um projeto de lei em respeito à comoção pública, que se tornou lei ao ser sancionada pelo então prefeito Jonas Donizette em 2019.