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Nossa Cidade

Prefeitura aprova plano de regularização fundiária do Jardim Novo Anchieta

 
A Administração Municipal, por meio da Secretaria de Habitação de Campinas, aprovou o plano de regularização fundiária do Núcleo Residencial Jardim Novo Anchieta. O núcleo fica perto do Balão do Laranja e do Ribeirão Piçarrão, na região Noroeste do município. A certidão que atesta a aprovação do plano de regularização fundiária foi publicada nesta terça-feira, 5 de março, no Diário Oficial (portal.campinas.sp.gov.br/diario-oficial). Os moradores esperavam há mais de 34 anos pela regularização. São 86 lotes no total distribuídos em uma área de 29.625 m².
 
 
Ainda nesta terça-feira, dia 5, a Sehab já vai encaminhar toda a documentação para o cartório de registro de imóveis para regularização das certidões de matrícula, que passaram a conter os moradores como os legítimos proprietários dos seus imóveis. Além de ter seu imóvel valorizado, as famílias poderão reformar, vender ou transferir o imóvel com segurança jurídica.
 
 
A regularização não teve custo para os moradores, uma vez que a área foi classificada na modalidade de Interesse Social (Reurb-S), que corresponde a modalidade de regularização aplicada aos núcleos em que a maioria das famílias é de baixa renda. 
 
 
Ao longo do processo de regularização, o Jardim Novo Anchieta recebeu toda a infraestrutura essencial como rede de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, iluminação pública e rede de drenagem e pavimentação. O núcleo também é atendido por serviços públicos como coleta regular de lixo e transporte público municipal. 
 
 
O que é a regularização fundiária
 
 
É o conjunto de medidas urbanísticas, jurídicas, sociais e ambientais que visam incorporar o núcleo urbano informal consolidado ao território urbano do Município. Esse processo de intervenção pública garante a permanência de populações moradoras de áreas ocupadas irregular ou clandestinamente.
 
 
Entre os benefícios alcançados com a regularização fundiária estão: direito à moradia digna; garantia de infraestrutura essencial com iluminação, água e esgoto e asfalto; concessão do CEP para recebimento de mercadorias e cartas; possibilidade de melhorias na região com as construções de centro de saúde e creche; e eliminação do risco de eventual reintegração de posse.
 
 
“Não estamos medindo esforços para avançar com o Programa de Regularização Fundiária e aprovação de novos empreendimentos habitacionais de interesse social no Município”, afirmou o secretário de Habitação e presidente da Companhia de Habitação Popular (Cohab) de Campinas, Arly de Lara Rômeo. 
 
 
Segundo o secretário, a regularização dos núcleos residenciais vai ao encontro da garantia da função social da propriedade e de se promover a justiça distributiva. Ele também destaca a relevância dos fatores econômicos quando se trata da titulação dos imóveis com o desenvolvimento dos núcleos contemplados e valorização dos imóveis. 
 
 
O papel da titulação para o crescimento econômico de Campinas também é destacado pelo diretor de Habitação, Lucas Bonora da Silva, reforçando que, além de trazer segurança jurídica às famílias, o reconhecimento oficial de direitos reais estimula a economia formal, permitindo que os beneficiários da regularização fundiária tenham segurança em investir no imóvel. “O registro da propriedade permite acesso ao crédito formal por meio de garantias reais e possibilita a regularização das transações imobiliárias, constituindo-se numa importante alavanca para o processo econômico e social do nosso município”, ressalta. 
 
 
Jardim Novo Anchieta por seus moradores
 
 
O Jardim Novo Anchieta abriga histórias de famílias que encontraram refúgio no núcleo residencial. É o caso de Mailde da Silva Pereira que vive no Novo Anchieta desde 1992. Natural da Bahia, Mailde morava em Campinas desde os sete anos de idade e chegou ao Novo Anchieta depois do casamento, acompanhada do marido José Armando e grávida da única filha, Maiara, hoje com 30 anos. “Meu marido estava procurando um lugar para morarmos e compramos uma casinha aqui”, contou. Na época, o bairro já tinha água encanada e iluminação, mas o asfalto só veio depois. A aprovação da regularização fundiária é vista com expectativa por Mailda que vive com o marido, a filha e o neto Enzo Gabriel. “Faz muitos anos que moro aqui, seria bom ter a documentação certinha”, completou. 
 
 
Moradora do mesmo bairro, Marlene Lemes da Costa veio do Paraná e vivia no Jardim Londres antes de mudar-se com o marido, Joaquim, para o Novo Anchieta. Quando chegou ao bairro, já tinha energia elétrica, mas a água era retirada do poço de uma vizinha. As mudanças vieram aos poucos, com a água encanada e o asfalto. A casa da família foi construída por Marlene e Joaquim. “Só chamamos um amigo para colocar a laje”, disse. Mãe de duas filhas, Luciana e Cristiane, Marlene tem cinco netos. O imóvel é motivo de orgulho assim como poder ter finalmente o título de propriedade. “Gosto muito da minha casa, é a casinha que Deus me deu. Estou tão feliz! Nossa! Feliz demais de ter a escritura daqui”, finalizou.
 
 
 
 

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