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Nossa Cidade

Professor Bruno Franchi é Prata da Casa do mês de fevereiro de 2024

A trajetória de vida do professor Bruno Franchi, servidor Público da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, é intensa desde a infância, quando tinha paixão pelo futebol. Lá pelos anos de 1990 experimentou a natação e também o basquete, muitas vezes em brincadeiras praticadas com os primos e amigos, no Taquaral. Naquela época nem imaginava que hoje, quarenta anos depois, o parque seria seu espaço diário de trabalho, onde dá aulas de dança e serve a população.
 
Mas antes desse envolvimento com o esporte, com a arte e o lazer, lá pelo início da fase adulta, tentou desenhar uma carreira no mundo da arquitetura. A desistência causou surpresa na família, porém, o curso de Educação Física, na Unicamp, deu ritmo às novas descobertas. A expertise veio com a dança, que num primeiro momento era apenas diversão, porém veio a dar visibilidade nacionalmente na Rede Globo, como um dos mais competentes professores de dança do país.
 
O campineiro Bruno Franchi tem alguns projetos, entre eles o de proporcionar alegria e descobertas por meio da dança, trabalho que desenvolve atualmente com a equipe dos Jogos da Melhor Idade (JOMI).
 
A casa da vó Dulce
 
Nascido na Maternidade Campinas em 1978, Bruno Franchi cresceu rodeado de carinho e atenção do pai Astor e da mãe Wilma. A irmã Thaize, um ano mais nova, teve um significado especial nas escolhas futuras de Bruno. Enquanto o pai empresário e a mãe cantora buscavam o sustento da família, as crianças tinham uma ligação muito sólida com a avó paterna Dulce, moradora do bairro Castelo.
 
“A casa da vó Dulce vivia cheia. Era uma delícia, às vezes, havia dez ou 15 primos. Foram bons momentos”, lembra Bruno. Os encontros tinham conotação de leveza e fortaleciam os laços familiares, tema inserido nas conversas de dona Dulce.
 
Mas como primo mais velho, já com autorização para circular pelas ruas da cidade durante o dia, não era raro uma escapada até a Lagoa do Taquaral para jogar basquete, inspirado no que via na Associação Nacional de Basquete dos EUA (NBA) de Kareen Abdul – Jabbar, Magic Johnson e Michael Jordan. O futebol foi uma paixão neste período, mas logo descobriu que faltava dom para levar adiante e se tornar profissional. Apenas Lazer e diversão, nada além.
 
No então Externato Madre Cecília e, posteriormente, no Colégio Anglo, sempre teve bom trânsito com todos os grupos da classe e fora dela, sendo bom aluno, era bem próximo dos mais estudiosos, “mas também me conectava bem com o pessoal do 'fundão' ligado ao esporte, porém nunca fui da bagunça. Pelo contrário, procurava aprender inclusive com os professores nas conversas depois da aula”, relata Bruno.
 
Os passos da evolução
 
Aos 13 anos, contrariado, por imposição dos pais, teve que fazer par com a irmã Thaize nas aulas de dança de salão. A lambada era moda e Beto Barbosa, cantor baiano, era sucesso de público e crítica. Mas a sensação de desconforto, despertou algo novo, após a reação inicial: “Foi constrangedora a 1ª aula. Somente eu e outro garoto, no espaço. Só mulheres vendo aquele cara sem ritmo, todo duro. Essa sensação durou pouco, e logo passei a gostar, melhorei e terminei o curso num nível bem legal”, afirma.
 
Algum tempo depois, a qualidade na dança foi retomada nas casas noturnas de propriedade do pai. Passou a ser funcional porque as mulheres queriam dançar com ele e demonstrou muita coordenação para aprender outros ritmos de música com os rapazes da segurança, conhecedores do samba e do pagode, quando dançavam com as clientes na noite. Apesar de saber que tinha talento para a dança, a opção de Bruno Franchi foi por uma mudança radical.
 
USP e Unicamp
 
Com dotes para o desenho, a Faculdade de Arquitetura na USP, em São Paulo, foi a escolhida para dar acesso à vida acadêmica. Tudo parecia muito bem no início, mas as disciplinas e o tempo acenaram de forma diferente. Afinal de contas, deixar o curso de Arquitetura num segundo plano, valorizando mais o clube e as quadras da universidade, indicavam um outro direcionamento para a vida.
 
Sob a perplexidade da família, abandonou a arquitetura e retornou para Campinas. No ano seguinte prestou vestibular na Unicamp e começou a cursar Educação Física em 1998. A excelência dos professores abriu uma nova perspectiva para o então estudante, que tinha apenas 20 anos. "Descobrir o mecanismo do conhecimento, ter acesso às informações enriquecedoras e saber a melhor maneira de ensinar, são aprendizados para se aplicar em tudo na vida”, avalia Bruno. O trabalho de conclusão do curso não teve nenhuma referência a dança, mas de futebol, sobre sistema de jogo.
 
Famosos da Dança
 
Ao finalizar a Faculdade de Educação Física na Unicamp, foi trabalhar em academias, clubes e assessorias para garantir espaço no mercado. Dava aulas de dança para grupos restritos. Foi por pouco tempo, porque ele e a esposa Crys, também apaixonada por dança, iniciaram uma relação sentimental e profissional.  Montaram juntos uma escola de dança, o que possibilitou também constituir a família formada pelos filhos Bruninho de 21 anos, Letícia de 17 anos e Téo 5 anos.
 
A dança de salão entrou de vez na vida do professor Bruno Franchi. Pelo talento de deslizar nas pistas e a forma de ensinar as pessoas a dançar, foi chamado a participar do Programa Silvio Santos em 2009: “Achei que fosse passar mal. A pulsação foi lá em cima”, explica o professor Bruno.
 
Até chegar ao programa Dança dos Famosos foram três anos de testes. Muitos compromissos e grande aprendizado, principalmente a partir de 2016, quando foi o parceiro de Valesca nas apresentações. E depois, em 2021, fazendo parceria com Sofhia Abrahão. "Na Globo não fiquei tenso em nenhum momento. Nada de glamour, é tudo muito profissional. Fomos pra tela em duas edições e agora fico na condição de reserva, para contribuir quando necessário”, esclarece.
 
Serviço Público
 
O professor Bruno Franchi viu que através do serviço público na Secretaria de Esportes e Lazer da Prefeitura Municipal de Campinas, poderia transmitir seu conhecimento de maneira ampla, mesclando a veia de esportista e artística.
 
Foi contratado em 2002 e começou a trabalhar com o diretor de esportes Domingos Giglio dando aulas nas mais longínquas regiões da cidade, se dirigindo à população que muitas vezes desconhecia o trabalho proporcionado por nós: “A gente entrava na Kombi e partia. Era importante fazer a oferta esportiva chegar aos idosos, adultos e crianças, independentemente da região ", explica. Aos poucos as aulas itinerantes ganharam popularidade. “Assim que a Kombi aparecia, o pessoal já sabia que teriam aulas em várias modalidades, do atletismo ao futebol.”
 
Nos quase 22 anos de Prefeitura, o professor Bruno Franchi desenvolveu alguns projetos convencionais de dança e também voltado para cegos. Hoje, além de idealizar a coreografia, as roupas e trabalhar com o ritmo em aulas para as duplas que representam Campinas nos JOMI, tem uma agenda cheia com aulas de musculação na área do Esporte e Movimento, aulas de ginástica na Praça de Esportes da Proost de Souza, ginástica e futsal na Praça de Esportes da Boa vista, ginástica e dança de salão na CVI e aulas de basquete no Taquaral.
 
A vasta experiência adquirida e a referência de um nome forte no mercado corporativo, impulsionam o professor Bruno Franchi a se inspirar na criação de novos projetos, transformando o dia a dia de muitas pessoas.
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