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Nossa Cidade

Professor Wilson: um romântico em melhorar o trabalho junto a toda comunidade

Um verdadeiro apaixonado pelo esporte e fundamentado na importância da informação e dos estudos, o professor Wilson de Oliveira Vianna Júnior completou no último mês de julho 32 anos como Servidor Público da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer. A maturidade ajudou a redirecionar a carreira para as ciências humanas, sobrepondo as ciências exatas, que estavam bem solidificadas até o fim da adolescência.

A baixa estatura, a dieta alimentar vegetariana, a teosofia como interpretação do universo e o funcionalismo público, sempre foram temas presentes nos debates do núcleo familiar. Diretamente, contribuíram também para superar o bullying sofrido nos vários colégios onde estudou.

O jogo de vôlei visto pela primeira vez no Colégio Pio XII, o impulsionou a ser um profissional de Educação Física que lhe permitiu, em 2013, ocupar o cargo de Diretor de Esportes na secretaria de Esportes e Lazer, quando ajudou a instituir o Domingo Fitness, projeto que ganha robustez a cada ano. Hoje, o professor Wilson exerce a função de instrutor de prática esportiva para crianças e idosos, no Clube Municipal João Carlos de Oliveira (João do Pulo), no Padre Anchieta.

Mudanças constantes

Wilson de Oliveira Vianna Júnior nasceu em 1964, em Sertãozinho, mas só foi registrado em São Paulo um mês depois. Filho de Wilson de Oliveira Vianna e Jaci de Oliveira Vianna, teve na infância as companhias das irmãs Eunice e Vânia .

O pai era veterinário e pesquisador do estado de São Paulo, a mãe professora de biologia, ambos servidores estaduais, viviam praticamente como nômades. Ao surgir algum projeto importante ligado à área do senhor Wilson, lá estavam os Vianna novamente prontos para se instalar em um novo município.

Com hábitos insólitos para a época, a definição do professor Wilson sobre a família é, no mínimo, curiosa: “Costumo dizer que fomos os pioneiros da bichogrilês. Todos nós somos vegetarianos desde este período. Na verdade, ovolactovegetarianos, dieta a base de ovos, leite e mel. Nada de animal abatido. Também era obrigatória a leitura dos livres pensadores e filosofia oriental”, rememorou.

O antagonismo do esporte

A infância do garoto Wilson não tinha espaço para o futebol ou qualquer outra modalidade convencional. Primeiro porque a baixa estatura não permitia se empolgar em competir com os mais atléticos do colégio onde estivesse no momento.

Outro fator que contribuiu para um distanciamento do esporte, foi a rápida carreira futebolística de Jorge Pereira Toledo, pai de dona Jaci, que jogou no Corinthians. A experiência não foi boa e ela abominava o esporte de um modo geral, por causa do futebol. A conspiração parecia perseguir o menino Wilson, porque no futebol da garotada era sempre o último a ser escolhido. As gozações e o bullying, na época, foram marcantes.

Neste ritmo, já morando em Campinas, o máximo que ele conseguiu fazer de atividade física, ainda na pré-adolescência, foi Karatê, na Academia Shubu-Kan,  muito diretamente associada à filosofia oriental.

Mas um fato emblemático na vida dele ocorreu no Colégio Pio XII, quando, pela primeira vez, viu uma partida de vôlei disputada entre alunos: “Fiquei encantado. Aquilo mexeu comigo e a partir daquele instante passei a considerar algo mais amplo, além do jogo simplesmente”, relembrou.

O direcionamento profissional

Ao se aproximar da fase adulta, múltiplas escolhas foram avaliadas para encontrar o melhor caminho profissional. A Engenharia Elétrica na Unicamp (onde foi aprovado mas não se matriculou) ou Engenharia Naval, no Rio de Janeiro, não foram suficientemente forte para bloquear a intenção de cursar Educação Física.

Entrou na Puccamp em 1985 e no ano seguinte, simultaneamente, iniciou o mesmo curso na Unicamp. Perfeccionista, queria explorar ao máximo a prática e a teoria, das duas faculdades, para conseguir realizar o sonho de ser professor e técnico de vôlei. A desconfiança com  a baixa estatura foi superada com uma atuação exemplar como aluno, o fácil aprendizado das disciplinas acadêmicas e as boas notas durante o curso, reforçaram a disposição em superar todas as dificuldades.

No fim de 1986 abriu mão da Unicamp e apoiado pelo professor Barbosa, da Puccamp, passou a trabalhar na monitoria da faculdade de Educação Física. Esta oportunidade abriu também novas perspectivas de trabalho em clubes da cidade, como o Círculo Militar, onde deu aulas recreativas e treinou as equipes de base por quase duas décadas.

O servidor público e a família

Orientado pelo pai, em 1990 prestou o concurso público na Prefeitura Municipal de Campinas para trabalhar na secretaria de Esportes ou na secretaria de Educação. A estabilidade financeira também foi levada em consideração, porque era preciso pensar no futuro, dar conforto e segurança à família. Os filhos George Hakim Vianna e Giovani Hakim Vianna são frutos do casamento com a professora Renata Hakim Vianna.

A convicção de ser um servidor público exemplar, com a função prioritária de respeitar e atender a população, veio com uma frase do professor Antônio de Pádua Bafero, ex-secretário e técnico de vôlei, amigo de longa data: “Sua velhice merece dignidade”, sentenciou.

O resultado da aprovação publicado no Diário oficial, foi comemorado com entusiasmo, e juntamente com o professor Rubens Celso Martins (Matão), começaram a trabalhar na secretaria de Esportes. Com grande conhecimento no vôlei, começou a ministrar aulas para adolescentes na Praça de Esportes dos Trabalhadores. Ampliou a área de atuação dando aulas em Sousas (na Praça de Esportes Benedito dos Santos) e também na Praça de Esportes Salvador Lombardi Neto, no Jardim Eulina.

Entre os projetos desenvolvidos pelo professor Wilson, nos anos de 1993 e 1994, estão as Olimpíadas da SAR Sul (jogos entre escolas da então Macro-região Sul de Campinas) embrião que, hoje, se tornou os Jogos Escolares Municipais (JEM), encampada pela secretaria de Educação, originariamente desenvolvida em parceria com a secretaria de Esportes e Lazer.

Nos anos de 2009 a 2014, exerceu as funções de Coordenador de Participação e Lazer, bem como a de Diretor de Esportes da secretaria. Ainda neste período, contribuiu na organização das equipes de Vôlei Adaptado, vencedoras dos JORI (Jogos Regionais dos Idosos, nomenclatura utilizada na época) e também o título estadual, em Santos no ano de 2014, além de criar o projeto Domingo Fitness (aulas de ritmo no Taquaral), um sucesso de participação das pessoas que se preocupam com a qualidade de vida

Sem perder a proatividade dos primeiros anos de trabalho, hoje, o professor Wilson é instrutor de práticas esportivas de Vôlei, Vôlei Adaptado e Ginástica, no Clube João Carlos de Oliveira, no Padre Anchieta.

Com  especialização em Ciência do Esporte (Unicamp) e Treinador Nível 3 da Confederação Brasileira de Vôlei, autodefine-se como um romântico quando o assunto é melhorar o trabalho junto a toda comunidade: “ Os especialistas têm algo a mais. Ele faz a diferença na formação, no desenvolvimento e no rendimento. A missão do funcionário público é servir, mais e melhor, a população”, concluiu o professor Wilson de Oliveira Vianna Júnior.

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