Nossa Cidade
Profissionais da Guarda Municipal deixam as famílias nas festas para proteger o cidadão
A temporada de festas de final de ano é uma época que, para a maioria das pessoas, é hora de celebrar com familiares e amigos. No entanto, há um grupo atuante e dedicado que trabalha incansavelmente para garantir a tranquilidade e a segurança de todos: os profissionais da Guarda Municipal de Campinas.
Para os agentes da GM de Campinas, o comprometimento com o trabalho não pára. Os profissionais estão nas ruas, no atendimento ao cidadão, zelando pelo bem-estar da comunidade e para garantir que as pessoas possam passar as festas em paz.
Os plantões de Natal e Ano Novo, tanto na noite quanto no dia dessas duas datas festivas, são encarados como um dia de trabalho na rotina dos guardas municipais, com um quê de saudade da família. As ocorrências não deixam de acontecer e o trabalho se volta para atender as necessidades da população, de pessoas desconhecidas em detrimento a estar junto com famílias e amigos.
Os guardas municipais Rayland Celestino, Souza Oliveira e Márcia Vieira contam suas histórias e contam um pouco sobre os desafios e a importância de seu compromisso com a cidade e a comunidade de Campinas.
Ligação de vídeo
O Inspetor GM Rayland Celestino estará de plantão na noite de Natal, na área central de Campinas, no patrulhamento operacional nas ruas. Para ele, é um dia como os outros, com as necessidades típicas do horário e do dia da semana. “É inevitável que, quando as ocorrências se acalmam no meio da noite, a gente sempre lembre da família, dos amigos, que poderia estar com eles comemorando, isso emociona. Mas a atividade policial já faz voltar logo para a realidade”, declara.
Segundo ele, os familiares têm orgulho do seu trabalho, de saber que tem alguém da família que está na missão de proteger o cidadão.
“Quando é possível, fazemos chamadas de vídeo. Meus filhos já têm as próprias famílias, mas sempre lembram de mim e a gente se fala pelo celular”, conta o guarda. “E o coração sempre aperta”, revela.
No plantão, a companhia para a noite de Natal são os colegas de trabalho. “A gente acaba se apegando ao parceiro”, diz.
Com experiência em trabalhar em datas festivas, Rayland relata que as principais ocorrências nestas épocas são as situações de “pancadão” e o chamado fluxo de pessoas, quando o público se aglomera na frente de algum estabelecimento, causando bloqueio de vias e impedindo a circulação de veículos e pedestres. “No Ano Novo de 2020 para 2021, dispersamos pelo menos cinco pancadões. Em um deles, fomos recebidos com arma de fogo. A GM não recuou, e, com muita cautela, conseguimos dispersar o pancadão e restabelecer a ordem”, lembra.
“Quando o plantão chega ao fim, a sensação que fica é de voltar para a casa com o dever cumprido”, finaliza.
“O mundo não para”
A GM Marcia Vieira é uma guarda municipal que fica na Central de Comunicação da Guarda Municioal, o Cecom, onde são recebidas as ligações do 153. O que vai mudar na rotina dela é que ela vai preparar dois pratos mais elaborados, um para a família e outro para a equipe. “A ceia será na Central de Comunicação da GM”, brinca.
Durante a noite de Natal, Márcia vai se dedicar ao dever. “Não vou negar que gostaria de ficar com minha família em casa, curtir um churrasco e dar boas risadas, mas também não fico aborrecida de ter que trabalhar, fico grata de ter um trabalho, que é de onde sai o nosso sustento, e ainda poder ser útil para a população, visto que o mundo não para, e é preciso que alguém esteja nos “bastidores” caso alguém precise”, revela.
A família sente falta, mas entende que a tarefa faz parte da profissão e nunca reclamou, afirma a GM. Segundo ela, assim que termina o plantão, todos se reúnem em casa para celebrar durante o dia. “Uma das coisas que nós três temos de bom é que usamos o nosso tempo com qualidade. Se não foi possível comemorarmos juntos na véspera, comemoramos durante o dia e vice-versa”, conta.
Em plantões anteriores no atendimento do 153, Márcia lembra de situações nas quais o cidadão ligou para solicitar a GM e foi atendido. “Algumas pessoas pareciam surpresas ao serem prontamente atendidas e orientadas nessa data como se fosse qualquer outra noite. Acredito que elas pensavam que demoraria para serem atendidas ou nem seriam”, recorda.
“No entanto, quando há uma solicitação da GM, não é para celebrações. Infelizmente, nessa época, percebo um aumento na incidência de denúncias de violência doméstica e de briga entre familiares. As pessoas bebem e passam do ponto. Uma época que era para ser de união e alegria, por vezes acaba, sendo de brigas e desavenças no núcleo familiar”, arremata.
Plantões agitados
O GM Souza Oliveira atua na Superintendência de Ações Especiais da Guarda Municipal e avalia que, para ela, os plantões nas datas comemorativas são sempre agitados, com atendimentos gratificantes mas, também, com outros nem tanto. “A parte mais difícil é lidar com pessoas de ânimos exaltados e sob o efeito de bebidas alcoólicas e entorpecentes. Por outro lado, há ocorrências que acabam ficando mais gratificantes nesta época do que em outras, como, por exemplo, encontrar um veículo que era produto de furto ou de roubo e que não tinha seguro e devolver este bem ao seu verdadeiro proprietário”, analisa.
Sobre o trabalho nos plantões de Natal e Ano Novo, no começo, Souza achava estranho mas, depois, percebeu que as pessoas precisam dos guardas municipais nestas datas festivas. A festa com a família fica para depois do encerramento do turno. “Retornamos para os nossos lares para tentar pegar a continuação das comemorações”, diz.
Durante a atividade na madrugada, às vezes rola uma ceia com os parceiros. “Quando é possível, a gente tenta arrecadar comida para que a equipe jante junto”, conta o guarda municipal.
Segundo ele, as ocorrências típicas desta época estão relacionadas com os exageros. “Muitos acidentes de trânsito e violência entre familiares, devido ao uso excessivo de bebidas alcoólicas e drogas”, conta. E é um caso de acidente de trânsito que ele lembra de um atendimento durante um turno de final de ano.
“Era madrugada de Natal de algum ano… Fomos solicitados por um munícipe que acabara de presenciar um acidente. Um homem inconsciente ao volante após a batida do veículo e uma criança de 3 anos no banco de trás, sem os equipamentos de segurança necessários e muito nervosa. Não estávamos conseguindo nos comunicar com a criança. Acionamos o Samu e, por meio de alguns documentos dentro do carro, conseguimos localizar a mãe, que foi imediatamente ao local. A criança passou por exame e não se machucou. Mas, o que surpreendeu, neste cas,o foi que, segundo o médico, o motorista do veículo estava inconsciente pelo tanto de bebida alcoólica que ele havia ingerido e não por causa do acidente. O homem foi encaminhado até o Hospital Mário Gatti, fizemos os procedimentos necessários e seguimos em patrulhamento normal”, conta Souza.
Contem com a GM
A Guarda Municipal de Campinas permanece 24 horas à disposição do cidadão para garantir a segurança, a lei e a ordem.
Cidadão que precisar de algum auxílio pode contatar a GM pelo telefone de emergência da Central de Comunicação, o 153.