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Profissionais de Campinas fazem teleconferência com médico da Itália

Representantes da Prefeitura de Campinas participaram na manhã desta quarta-feira, dia 8 de abril, de uma teleconferência com o médico intensivista Marcelo Dell’Aringa, que mora em Novara na Itália, a fim de trocar experiências e ideias sobre o enfrentamento do novo Coronavírus (Covid-19). O médico, formado pela USP, trabalha na resposta ao Covid-19, enquanto realiza doutorado em Saúde Global e Medicina de Desastres na Universidade do Piemonte e Universidade Livre de Bruxelas.

Durante a conversa, que contou com o diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado, e da médica veterinária do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Mayana Tomáz, Dell’Aringa contou que a população tem colaborado com as estratégias do governo. “A partir do momento em que o lockdown nacional foi estabelecido, houve um respeito enorme da população pelas medidas adotadas, que foram ficando mais rígidas ao longo do tempo”, explicou.

Segundo ele, no momento, a polícia e o exército controlam o deslocamento das pessoas e é preciso justificar as saídas de casa. “Percorro 35 quilômetros na ida e volta para ir ao trabalho e no final de semana fui parado duas vezes. Se o cidadão não justificar sua saída, pode haver multa e até prisão”, contou.

Testes

Dell’Aringa também ressaltou que o decréscimo, que está ocorrendo agora na Itália, é multifatorial e que a situação poderia ter sido diferente se as medidas de isolamento tivessem sido tomadas antes ou se a população adotasse o uso das máscaras para todos, o que têm um efeito protetor.

Com relação aos testes, ele ressaltou que as indicações são influenciadas pelo momento da epidemia e pela disponibilidade. Atualmente, o Ministério da Saúde da Itália preconiza a reserva dos testes prioritariamente para os sintomáticos e os seus contatos nas 48 horas precedentes ao aparecimento dos sintomas. No entanto, caso haja a impossibilidade de realizar o teste em todos esses, há uma série de prioridades definidas como: pacientes com quadro respiratório grave, pacientes internados e residentes de instituições de saúde e casas de repouso que apresentem quadro respiratório agudo. Os testes também podem ser aplicados a profissionais de saúde mesmo com sintomatologia leve, profissionais que trabalham em casa de repouso (mesmo sem sintomas), grupos de risco e casos iniciais em comunidades fechadas.

Na teleconferência, também foram abordadas questões como o colapso do sistema de gestão de cadáveres, funcionamento de serviços essenciais e estruturação da saúde para atender aos pacientes com Covid-19.

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