Programa Construindo uma Vida Melhor retirou 4 mil crianças e adolescentes das ruas

O programa Construindo uma Vida Melhor, serviço de busca ativa e abordagem social de trabalho infantil, atingiu, no mês de agosto, a marca de 4.098 crianças e adolescentes tirados das ruas. Iniciado em novembro de 2011, a ação coloca Campinas em sintonia com as boas práticas da promoção da dignidade para crianças e adolescentes na cidade.

Além da retirada, essa ação tem seu complemento na qualificação profissional de adolescentes que estavam em situação de rua: desde 2014, o Programa Construindo Autonomia para o Futuro (Procaf) já formou 321 adolescentes em cursos profissionalizantes; até o final deste ano, mais 15 jovens também estarão capacitados.

Ambos os programas são desenvolvidos por meio de uma Organização da Sociedade Civil (OSC), o Movimento Vida Melhor (MVM), que mantém convênio com a Secretaria Municipal de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos de Campinas. 

“Trata-se de um trabalho extremamente sério e marcado pela resiliência. Às vezes a ação de abordagem não é suficiente e exigem novas ações para atingir o nosso objetivo, que é combater o trabalho infantil em nossa cidade. Essas 4.098 crianças e adolescentes tiradas das ruas exigiram quase o dobro das abordagens: 7.155”, afirmou Vandecleya Moro, secretária municipal de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos.

Construindo uma Vida Melhor

O programa Construindo Uma Vida Melhor realiza o serviço especializado em abordagem social de crianças e adolescentes, em situação de rua, conforme Resolução nº 109, de 11 de Novembro de 2009, do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). O Serviço de Abordagem Social do programa opera por meio de diversas frentes. Uma delas é o roteiro de busca ativa nos territórios, uma ação proativa que visa identificar aqueles que mais necessitam de apoio. Além disso, há também situações em que a abordagem se dá mediante solicitação do Conselho Tutelar, da Vara da Infância e Juventude, através de denúncias de munícipes ou ainda por meio de pedidos de redes parceiras.

Uma vez realizada a abordagem, é fundamental que sejam tomadas as providências e encaminhamentos. Em muitos casos, uma visita domiciliar se faz necessária, permitindo uma compreensão mais aprofundada da situação vivenciada pelo indivíduo ou pela família. A partir disso, um diagnóstico social é elaborado, servindo como base para as próximas etapas. Esse diagnóstico pode resultar em uma série de orientações específicas para cada caso. Os encaminhamentos podem abranger diferentes áreas, desde a Rede Socioassistencial, passando pelo Conselho Tutelar, Vara da Infância e Juventude, até setores como Educação e Saúde. Além disso, dependendo da demanda apresentada, outros referenciamentos podem ser necessários.

Por fim, a eficácia do Serviço de Abordagem Social também se reflete nas articulações que se materializam em reuniões dedicadas à discussão de casos. Esses momentos são cruciais, pois permitem que profissionais de diferentes áreas se unam em prol de do esforço para erradicar o trabalho infantil e a exploração de crianças e adolescentes.

Procaf

Ao longo de seis meses, os adolescentes inseridos no Procaf participam de três encontros semanais no Senai Zerbini, englobando os módulos: auxiliar de chocolateiro, pizzaiolo e salgadeiro, pacote office; preparação para o mercado de trabalho e ressignificação da aprendizagem escolar. São momentos de aprendizado, reflexão e diversão; incutindo no cotidiano uma nova rotina e uma perspectiva de crescimento em áreas de conhecimento.

O programa ainda conta com diversas rodas de conversa, com palestrantes variados, ofertados pela Unimed Campinas, sendo abordados os temas: uso de substância psicoativa; sexualidade; bullying; oficina de mágica, entre outras.