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Projeto ‘Amigos no trecho’ de Campinas será adotado no Estado de São Paulo
Criado em julho de 2021 em Campinas, o Projeto ‘Amigos no trecho’, de acolhimento a andarilhos nas rodovias da região, será adotado como modelo pelo Comando de Policiamento Rodoviário em todo o Estado de São Paulo. A iniciativa é fruto de parceria entre a Prefeitura de Campinas, a Polícia Militar Rodoviária e as concessionárias CCR Autoban, Rota das Bandeiras, Renovias, Colinas, Tietê e DER.
“Adotar o ‘Amigos no Trecho’ em todo o Estado é um reconhecimento do sucesso dessa parceria inovadora. A integração entre poder público e iniciativa privada tem mostrado que é possível unir esforços para criar políticas públicas eficazes, garantindo segurança e acolhimento aos mais necessitados”, afirmou Vandecleya Moro, secretária de Desenvolvimento e Assistência Social.
O projeto consiste na abordagem de “trecheiros” nas rodovias que atravessam Campinas. Esses indivíduos são identificados e, com seu consentimento, encaminhados ao Samim para pernoite. A iniciativa tem como objetivo garantir a segurança no trânsito nas rodovias e oferecer acolhimento às pessoas em situação de vulnerabilidade. Desde a implantação do projeto, não houve registros de andarilhos vítimas de atropelamento nas rodovias da região.
As equipes das concessionárias e da Polícia Rodoviária são responsáveis por abordar com esses indivíduos, identificá-los e, se necessário, auxiliar na emissão de Boletins de Ocorrência em casos de perda de documentação. Após a abordagem, os indivíduos são orientados sobre o Samim e, se aceitarem, são encaminhados para lá.
Implantação
O Comando de Policiamento Rodoviário estabeleceu um cronograma para a implantação da medida “Amigos no Trecho”, dividido em duas fases principais. A primeira fase, denominada “Implantação”, tem como objetivo envolver os diversos órgãos e definir as missões de cada participante. As ações nessa fase incluem estabelecer contato com prefeitos, vereadores, secretários de assistência social ou equivalentes, e Conselhos de Segurança para integrar o município à ação. Também envolve representantes das concessionárias de rodovias, DER, Samu, e Corpo de Bombeiros para a condução dos pedestres abordados às margens das rodovias. Além disso, serão realizadas reuniões registradas em atas para expor a situação, objetivos, e missões da ação, além de identificar dificuldades e sugestões dos participantes.
A segunda fase, denominada “Execução”, tem como objetivo realizar a abordagem e acolhimento de pedestres em situação de vulnerabilidade às margens das rodovias. As ações nessa fase incluem a abordagem pela equipe da Polícia Rodoviária para evitar atropelamentos. Durante o atendimento, verifica-se a origem e destino do pedestre, seu estado de saúde, orienta-se sobre os riscos, fornece-se colete refletivo, se disponível, e consultam-se antecedentes criminais. A abordagem e seu resultado são registrados no Registro de Serviços Operacionais (RSO) e no Plano de Prevenção e Redução de Incidentes (PPRI). Caso o pedestre aceite o acolhimento, elabora-se um Boletim de Ocorrência Eletrônico e encaminha-se para o local de acolhimento ou atendimento médico necessário.
A implantação vai priorizar os municípios com maiores indicadores de sinistros de trânsito envolvendo pedestres e deve ser monitorada e avaliada nos primeiros três meses por meio de reuniões mensais. Nos municípios que ainda não iniciaram as tratativas de implantação, a Polícia Rodoviária deve seguir os procedimentos definidos para abordar e orientar os pedestres. Os comandantes deverão buscar junto às concessionárias e DER a possibilidade de fornecimento de EPIs para distribuição na ação. A Divisão Operacional do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) deve manter o registro dos municípios que aderirem à ação. Por fim, será organizado anualmente o prêmio “Amigo no Trecho” para reconhecer instituições e personalidades que contribuíram para a ação e segurança viária.