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Projeto em escola mistura tapioca com poesia para motivar alunos
Se para os amantes de poesia participar de um sarau literário é algo prazeroso, melhor ainda se esse encontro vier acompanhado de boa música e comida. Foi pensando em juntar o bom com o agradável que a orientadora pedagógica e professora de língua portuguesa da rede municipal Fabrícia Martins Gomes propôs aos seus alunos uma "Tapiosia" – um sarau de poesia com tapioca.
A ideia deu tão certo que o evento já chegou a sua oitava edição e todas elas foram um sucesso de público e crítica. O evento é voltado para os alunos do Ensino Fundamental e Educação de Jovens Adultos (EJA) da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Oziel Alves Pereira, no Parque Oziel. Ao todo 120 estudantes já participaram da atividade pedagógica.
Alzira Prazeres dos Santos, de 54 anos, é uma das alunas da EJA e que já participou de duas edições do projeto. "Foi muito especial. Tive a oportunidade de participar de uma peça de teatro, pude dançar bastante, eu amo dançar. Aliás, estudar na escola Oziel é como participar de uma família dentro da escola", falou.
Tapiosia
O sarau Tapiosia teve sua primeira edição em 2015, apenas com os alunos da EJA. Segundo Fabrícia, tudo começou quando, durante uma aula de Língua Portuguesa sobre receitas e que abordava gênero e verbos imperativos, dois alunos sugeriram usar a cozinha da escola para fazer tapioca e usar esses conhecimentos que eles estavam aprendendo em sala de aula.
"Na prática achei a proposta extremamente poética, e retornei a eles ampliando a ideia para um momento de escrita poética junto com a cozinha. Expliquei o que eu senti e eles concordaram", contou a docente.
O que começou em uma troca de ideias entre alunos e professora acabou conquistando a escola e tornou-se um projeto interdisciplinar. Logo, a Tapiosia conquistava professores de outras disciplinas como geografia, matemática e história.
"Ajudei na organização, na compra dos ingredientes para tapioca e decoração. Li as poesias com os alunos e participei de outros eventos que deram embasamento para os alunos escreverem seus textos e realizarem uma peça de teatro", disse a professora de matemática da Emef, Maria Lúcia Beltrami.