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Propostas para manejo de árvores na Lagoa do Taquaral e no Bosque dos Jequitibás são apresentadas
Duas propostas de trabalho relacionadas ao manejo de árvores na Lagoa do Taquaral e no Bosque dos Jequitibás serão implementadas pela Secretaria Municipal de Serviços Públicos, gestora dos 25 parques de Campinas. A apresentação dos planos foi feita pelos parceiros da Prefeitura de Campinas, o Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), nesta segunda-feira, 5 de junho, em evento na Sala Azul do Paço Municipal
“Agora fazemos estas parcerias, para o replantio de árvores na área onde ficavam os eucaliptos, com espécies nativas, o que vai dar mais segurança aos visitantes da Lagoa do Taquaral. Em relação ao Plano Diretor, trouxemos um profissional que tem experiência, que conhece o assunto”, disse o prefeito Dário Saadi, que relembrou dos episódios difíceis e tristes, de dois acidentes fatais com árvores, por causa das fortes chuvas desde o fim do ano passado.
Uma das propostas é o reflorestamento da área de onde foram extraídos os eucaliptos, na Lagoa do Taquaral. Foi feita pelo IPA, ligado à Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística e apresentada pelo diretor do IPA, Marco Aurélio Nalon. A outra é o Plano diretor Florestal da Lagoa do Taquaral e do Bosque dos Jequitibás, da Esalq/USP, exposta pelo professor do Departamento de Ciências Florestais da Esalq, Demóstenes Ferreira da Silva Filho.
“Tivemos chuvas torrenciais, em padrões fora do que conhecíamos. Houve muitos desastres ambientais, não só em relação a árvores, mas alagamentos, quedas de pontes e passarelas. Procuramos essas instituições, IPA e Esalq, para que fosse desenvolvido um trabalho mais científico, um Plano Diretor dos grandes parques e um estudo técnico-científico para a gleba onde ficavam os eucaliptos. É um grande desafio. Em pouco tempo, teremos resultados muito positivos”, considerou o secretário municipal de Serviços Públicos, Ernesto Paulella.
Ele complementou que os recursos, ainda não estimados, para o projeto da Lagoa serão provenientes da comercialização das toras dos eucaliptos e será feito pelo Fundo de Apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag). Se for necessário, o valor será complementado com recursos próprios do município.
O promotor do Ministério Público, Fernando Vidal, esteve presente para acompanhar as apresentações: “A leitura do MP é salutar e é importante que discutamos essas questões e que tenha participação da sociedade civil”, comentou o promotor.
Proposta de reflorestamento na área dos eucaliptos
O diretor do IPA explicou que a ideia é implantar no local um bosque urbano, com espécies nativas. O plano é também elaborar um inventário florestal; fazer gestão de riscos, educação ambiental, entre outros. A área também poderá ser utilizada como laboratório, para estudos e produção de sementes e mudas, em parceria com instituições acadêmicas e de pesquisa. Além de elaborar o projeto, o IPA irá monitorar esse processo. Foram retirados mais de 500 eucaliptos da Lagoa e outras 181 árvores, de espécies diversas. Os detalhes do projeto, como a quantidade de mudas e as espécies a serem plantadas, ainda serão definidas.
“Por meio desta parceria, vamos recompor a área de 3 hectares. A recuperação da área será com espécies nativas, este é o centro da proposta. Vamos trabalhar com cuidado, pensar nas espécies que serão plantadas, na segurança. A área recebe muitos visitantes e isso deve ser levado em consideração.”, explicou o diretor do IPA, Marco Nalon.
Plano Diretor florestal da Lagoa do Taquaral e do Bosque
O professor da Esalq, Demóstenes Ferreira da Silva Filho, tem mais de 20 anos de experiência na área e vai desenvolver o Plano Diretor Florestal, a ser implementado, em princípio, na Lagoa do Taquaral e no Bosque dos Jequitibás. Ele destacou a importância de fazer mapeamento e análise de riscos no manejo arbóreo, especialmente em áreas como parques, que são espaços utilizados pelas pessoas. O objetivo é a estruturação de um plano de manejo arbóreo.
“Fomos convidados a fazer este trabalho. É uma honra. Vamos fazer mapeamento, inventário e monitoramento das árvores desses parques e planejar como proceder diante de eventos extremos”, disse o professor Demóstenes.