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Quase metade dos motociclistas excedem velocidade, aponta estudo da Johns Hopkins
Uma análise da velocidade praticada por cada categoria de veículo em Campinas mostrou que os motociclistas excedem quase três vezes mais os limites de velocidade, em comparação aos condutores de veículos leves. Em outubro de 2022, 40% das motocicletas observadas estavam acima do limite de velocidade. Esse percentual aumentou gradualmente, chegando a 47% em 2024. O índice foi de 17% no caso dos condutores de veículos leves observados.
A conclusão compõe o estudo observacional de fatores de risco no trânsito realizado pela Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), a Iniciativa Bloomberg para Segurança Viária Global (BIGRS) e a Vital Strategies.
Foram observados três fatores de risco: velocidade, uso de capacete e uso do cinto de segurança. As coletas ocorreram entre outubro de 2022 e março de 2024, entre 7h e 18h, em dias úteis e finais de semana, em 15 locais diferentes de Campinas. Parte do estudo está detalhado no Relatório Anual de Sinistralidade no Trânsito 2023, lançado pela Emdec na última quinta-feira, 21 de novembro, durante evento que lembrou o Dia Mundial em Memória às Vítimas do Trânsito.
De acordo com a pesquisa da Johns Hopkins, em outubro de 2022, 19% do total de veículos observados em Campinas estavam acima do limite de velocidade. Esse número aumentou para 21% em maio de 2023 e para 23% em outubro de 2023. Em março de 2024, houve uma leve queda e 20% dos motoristas excediam a velocidade permitida.
O estudo também identificou que o desrespeito aumenta aos finais de semana. Na pesquisa realizada em março de 2024, enquanto 19% dos motoristas excederam a velocidade máxima permitida em dias úteis, o percentual foi de 23% aos finais de semana.
“Entre as medidas recomendadas diante dos resultados estão a implementação de medidas de gestão de velocidade e moderação de tráfego, tais como lombadas, sinalização de velocidade segura e áreas de trânsito calmo”, enumerou a pesquisadora Daniele Mayumi Sinagawa, que apresentou o estudo.