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Sachê do bem: saiba o que são os sais usados para reidratar contra dengue em centros de saúde

Pacientes com sintomas de dengue que buscam por atendimento em centros de saúde (CSs) em Campinas passam por um protocolo que, logo após a triagem com profissional de saúde, estabelece a entrega de um copo de água com sais para reidratação oral adequada.
 
O paciente, após consulta, também leva três sachês com os compostos para a continuidade da hidratação em casa. A medida é essencial para recuperação e evitar sintomas graves.
 
 
Como usar?
 
O material, de forma resumida, é semelhante a um isotônico vendido em supermercados. O conteúdo precisa ser dissolvido em um litro de água filtrada e fervida, e o consumo deve ser em até 24 horas. O “sachê do bem” é indicado para todas as idades, salvo exceções, e o paciente pode retornar ao CS para buscar mais, desde que haja indicação de médicos
 
 
O material tem os seguintes itens:
 
– cloreto de sódio (3,5g)
– cloreto de potássio (1,5g)
– citrato de sódio di-hidratado (2,9g)
– glicose (20g)
 
Os sais são contraindicados apenas para pacientes com íleo paralítico, obstrução ou perfuração intestinal e em caso de vômitos não contidos.
 
 
E se não puder voltar ao CS?
 
Quem tiver indicação para usar sais de reidratação, mas não puder voltar ao CS para retirar mais sachês de sais, deve garantir a hidratação oral com consumo de água, soro caseiro, sucos de frutas naturais e chás. Para preparar o soro caseiro, basta adicionar, em um litro de água, duas colheres de sopa de açúcar e uma colher (de café) de sal.
 
 
Estatísticas
 
De 1º de janeiro até sexta-feira, 1 de março, Campinas teve 11.188 casos confirmados de dengue e uma morte. Além disso, foram registrados dois casos importados de chikungunya.
 
O mosquito Aedes aegypti é vetor das duas doenças e, por isso, a melhor forma de prevenção é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados os vasos sanitários inutilizados.
 
 
 
 
Preocupação
 
Na primeira semana de fevereiro, a Saúde recebeu a confirmação dos primeiros casos de dengue na cidade causados pelos sorotipos 2 e 3 do vírus, que não circulavam desde 2021 e 2009, respectivamente. As amostras de sangue dos pacientes foram analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz e antes disso a metrópole só havia registrado sorotipo 1
 
A circulação simultânea dos sorotipos 1, 2 e 3 do vírus da dengue ocorre pela primeira vez em Campinas. Os grupos mais vulneráveis para os sorotipos 3 e 4 são crianças, adolescentes e adultos que não tiveram contato com a doença e com estes sorotipos. Há risco maior de dengue grave quando uma pessoa é infectada por tipo diferente ao anterior.
 
Por enquanto, não houve identificação do sorotipo 4 do vírus da dengue em Campinas. Ele não é registrado na cidade desde 2014, mas já causou infecções em outros municípios.
 
 
Orientações sobre assistência
 
A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico sobre a causa do sintoma. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação.
 
Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.
 
 
O que já foi feito e próximos mutirões
 
A Secretaria de Saúde de Campinas informa que desde dezembro de 2023 já colocou em prática uma série de medidas consideradas adicionais, sobre o plano regular de prevenção e combate à dengue, que inclusive começaram a ser copiadas por outros municípios brasileiros diante do contexto do aumento de casos da doença.
 
Neste ano, agentes de Saúde já visitaram 24,5 mil imóveis em cinco mutirões e ações de visitas às residências que antecederam estes trabalhos específicos para orientar a população e eliminar criadouros do mosquito transmissor da doença.
 
O plano inclui uma Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e um novo site para divulgar informações. Os mutirões começaram em 6 de janeiro, nas regiões com mais casos suspeitos e confirmados, e a programação com esta frequência está mantida pelo menos até o início de abril. As próximas datas são:
 
– 9 e 23 de março
 
– 6 de abril
 
Os locais serão definidos mais próximos de cada agenda, conforme situação epidemiológica verificada pela Saúde. Estatísticas do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) mostram que 80% dos criadouros estão nas residências.
 
 
Comitê de prevenção
 
Desde 2015 a Prefeitura conta com um comitê de prevenção e controle de arboviroses, que em 2023 passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. Ele reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos; Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa.
 
No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde. Mais informações estão no site: https://dengue.campinas.sp.gov.br.

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