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Saúde visita 4 mil imóveis no Eulina, mas ação contra dengue trava em 57%

O mutirão para combate à dengue no Jardim Eulina, em Campinas, teve 4 mil imóveis visitados pela Secretaria de Saúde no sábado, 16 de dezembro. Entretanto, parte da ação realizada por quase quatro horas ficou travada e 57% dos locais deixaram de ser acessados por conta de espaços fechados, desocupados e até recusas de moradores às equipes que visam eliminar possíveis focos do mosquito Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus.
 
 
 
 
Os imóveis trabalhados ficam em 108 quarteirões. A ação mobilizou todas as equipes contratadas pela Administração para atuar nos serviços de visita aos imóveis, e houve apoio de um caminhão para recolher materiais e de um carro de som para alertar a população.
 
A medida ocorre em meio ao contexto de preocupação da Saúde com a reintrodução dos vírus tipos 3 e 4 da doença na cidade. Por enquanto, não há registros confirmados. O Eulina é um dos sete bairros de Campinas que está em alerta para o elevado risco de transmissão.
 
 
Resultados do mutirão / nº de imóveis
 
– Trabalhados integralmente: 1.698
 
– Trabalhados parcialmente: 11
 
– Fechados: 1.958
 
– Desocupados: 82
 
– Recusas: 278
 
– Total: 4.027
 
Pelo menos desde 2020 o índice de pendência sobre imóveis sem acesso na área do Jardim Eulina durante ações contra a dengue tem sido maior do que o verificado em Campinas.
 
A Secretaria de Saúde reforça que os agentes que trabalham nas ações de combate à dengue são da empresa Impacto Controle de Pragas e usam uniforme formado por camiseta branca, com logo da empresa, e calça na cor cinza. Em caso de dúvida, ligue para o 156.
 
 
Pendência Eulina
 
– 2020: 45,6%
 
– 2021: 49%
 
– 2022: 53,6%
 
2023: 54,5%
 
 
Pendência Campinas
 
– 2020: 43,5%
 
– 2021: 44,7%
 
– 2022: 46,9%
 
2023: 50,3%
 
 
Preocupação
 
O mutirão faz parte das ações realizadas pela Administração que visam interromper transmissão, evitar o aumento do número de casos confirmados da doença e o risco de novos óbitos. Antes do mutirão, o Jardim Eulina já havia recebido outras ações de visita aos imóveis para orientação da população e remoção de criadouros, além da aplicação de larvicida e inseticida.
 
O coordenador do Programa de Arboviroses, Fausto de Almeida Marinho Neto, frisou que a Prefeitura mantém ações ininterruptas de combate e prevenção à dengue no município, com eliminação de criadouros, ações educativas e de mobilização da sociedade e organização e limpeza da cidade. “No entanto, é preciso contrapartida da sociedade. As pessoas precisam eliminar criadouros, tudo o que possa acumular água, e dar a destinação correta ao lixo. A melhor forma de combate à dengue é não deixar o mosquito se proliferar”.
 
 
Riscos com tipos 3 e 4
 
Campinas declarou epidemia da doença em abril e a Saúde destacou que o esforço conjunto do poder público e da população é imprescindível para evitar uma explosão de casos e risco de novos óbitos pela doença. Neste ano, a metrópole já teve 10.293 casos e três mortes.
 
Neste momento, 846 casos são investigados. Em outubro, o índice de infestação por Aedes aegypti nos imóveis, obtido pela avaliação de densidade larvária, quase triplicou em um ano: era 0,47 em 2022 e chegou a 1,22 neste ano, o que colocou Campinas na categoria de alerta para essa análise.
 
A preocupação da Saúde com os tipos 3 e 4 da dengue decorre da ausência destes vírus nos últimos anos, o que torna crianças e adolescentes, além de adultos ou idosos que não tiveram a doença, mais vulneráveis por causa da falta de anticorpos contra as infecções: o tipo 3 não é verificado há 14 anos, e o tipo 4 foi registrado pela última vez há nove anos.
 
Além disso, há risco de dengue grave quando uma pessoa é infectada por um tipo diferente ao anterior. Outros municípios brasileiros já registraram casos pelos tipos 3 e 4 este ano.
 
 
Combate à doença
 
A luta contra as arboviroses exige uma contrapartida da sociedade. A Prefeitura mantém um programa de controle e prevenção da doença, mas cada cidadão precisa colaborar destinando corretamente resíduos e evitando criadouros. Levantamento do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) diz que 80% dos criadouros estão nas residências.
 
Para acabar com a proliferação do mosquito é preciso evitar qualquer acúmulo de água, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes, calhas e outros objetos. É importante, também, vedar a caixa d’água e manter fechados os vasos sanitários inutilizados.
 
 
Orientações
 
A dengue provoca febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia. Caso tenha estes sintomas, o morador deve procurar uma das unidades de saúde de Campinas para receber atendimento médico.
 
A orientação da Secretaria de Saúde para pacientes com sintomas da dengue é a busca pelos centros de saúde. Os endereços e horários de atendimento estão disponíveis no site da Pasta: https://portal.campinas.sp.gov.br/secretaria/saude/pagina/centros-de-saude.
 
 
Comitê de prevenção
 
Em 2015, a Prefeitura criou o Comitê de Prevenção e Controle das Arboviroses, que neste ano passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses.
 
O grupo reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos; Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa.
 
No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais. Mais informações no hotsite: https://dengue.campinas.sp.gov.br.

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