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Sem trégua pro mosquito: Campinas inicia operação de guerra contra dengue no Eulina
Campinas iniciou nesta quinta-feira, 11 de janeiro, uma operação de guerra contra a dengue no Jardim Eulina, bairro onde estão concentrados 73 dos 134 casos confirmados neste ano, o equivalente a 54,4%. A ação teve como ponto de partida o centro de saúde do bairro, às 8h30, e a Secretaria de Saúde estima percorrer 4 mil imóveis até esta sexta, 12 de janeiro.
O mutirão ocorre no período da manhã nos dois dias. Quatro drones foram utilizados para visualizar imóveis com possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus. O trabalho tem atuação multisetorial da Administração e apoio do Exército.
"Estamos aqui com toda Prefeitura mobilizada, Secretaria de Saúde, Guarda, Emdec, Secretaria de Serviços Públicos e Exército Brasileiro num mutirão de enfrentamento e de conscientização das famílias para acabar com os criadouros do mosquito da dengue. É importante que elas se mobilizem para evitar que aconteça a possibilidade de proliferação dentro das casas e dos quintais", ressaltou o prefeito, Dário Saadi.
A mobilização conta com 37 agentes da Saúde, 37 militares, além de guardas municipais, agentes da Emdec, profissionais da Defesa Civil, equipes de Serviços Públicos e apoio da Sanasa. Neste primeiro dia, o trabalho foi encerrado por volta das 11h30.
A volta ao bairro ocorre após ele figurar novamente no boletim semanal de regiões em alerta para elevado risco de transmissão. Além disso, no mutirão anterior realizado em 16 de dezembro, 57% dos imóveis deixaram de ser vistoriados porque estavam fechados, desocupados ou porque houve recusas de moradores às equipes atuantes nos trabalhos.
Diante das dificuldades e com objetivo de reduzir as pendências, o mutirão desta vez também inclui a ação de drones em locais e imóveis em que há dificuldade de acesso, identificados como desocupados ou em situação de abandono, e utilização de chaveiro, caso necessário. Esta operação está respaldada em decisão judicial de 2020, proferida nos autos do processo judicial n.º 1005810-97.2014.8.26.0114, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas.
Os drones usados são da Guarda e Defesa Civil. A logística conta ainda com caminhões cata-trecos e maquinários para remoção e limpeza de descartes irregulares de resíduos.
Quando sai o balanço?
O resultado do mutirão no Eulina será divulgado nesta segunda-feira, 15 de janeiro.
Quando e onde será o próximo mutirão?
A Saúde decidiu que o próximo mutirão, programado para 20 de janeiro, será no Eulina e Jardim Quarto Centenário. Detalhes da operação serão divulgados na próxima semana.
Por que é importante receber as equipes?
A importância de autorizar as equipes dos mutirões e visitas permite:
Identificar os riscos de criadouros do Aedes aegypti que muitas vezes passam despercebidos. Portanto, um olhar técnico contribui para evitar riscos;
Eliminar focos de proliferação do mosquito usando técnicas adequadas, o que é muito importante. Com isso, o problema é solucionado de forma definitiva;
Proteger o seu imóvel, os moradores e o bairro. O esforço precisa ser conjunto, logo, é preciso que cada cidadão faça a sua parte na luta diária contra a dengue.
Regiões em alerta
O boletim divulgado pela Secretaria de Saúde na segunda-feira, 8 de janeiro, mostra que o Jardim Eulina e mais oito bairros estão em alerta para a dengue por conta do elevado risco de transmissão ou em virtude de casos confirmados e suspeitos da doença. A lista reúne:
– Centro, Botafogo e Vila Itapura – Leste
– Jardim Eulina – Norte
– Jardim Novo Maracanã e Parque da Fazenda – Noroeste
– Vila Vitória, Parque Aeroporto e Recanto do Sol I – Sudoeste
A orientação da Pasta, contudo, é para que todas as regiões de Campinas reforcem as medidas preventivas e de combate ao mosquito Aedes aegypti.
Pacote de ações
Em 19 de dezembro de 2023, o prefeito, Dário Saadi, anunciou um pacote de ações contra a dengue que inclui uma Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e um novo site para divulgar informações.
A cidade registrou no ano passado 11.079 casos confirmados e três óbitos pela doença – dados parciais até esta quarta-feira, 10 de janeiro. Do total, quase 500 foram no Eulina.
O cenário pode piorar se houver reintrodução dos vírus tipos 3 e 4, não registrados localmente há 14 anos e nove anos, respectivamente, mas que já causaram infecções em outros municípios. Desta forma, os grupos mais vulneráveis são crianças, adolescentes e adultos que não tiveram contato com a doença antes.
Há risco de dengue grave quando uma pessoa é infectada por um tipo diferente ao anterior.
Esforço conjunto
A Saúde ressalta a importância do esforço conjunto entre Poder Público e sociedade para enfrentamento à dengue. Campinas registrou em 2023, pelo terceiro ano seguido, aumento da “pendência” durante ações de visita de agentes a imóveis para vistoria e eliminação de criadouros. Desde janeiro, metade dos espaços que foram alvo das equipes foi encontrado inacessível porque estava fechado, desocupado ou por conta da recusa de moradores.
– 2020: 43,5%
– 2021: 44,7%
– 2022: 46,9%
– 2023: 50,3%
Combate à doença
A luta contra as arboviroses exige uma contrapartida da sociedade. A Prefeitura mantém um programa de controle e prevenção da doença, mas cada cidadão precisa colaborar destinando corretamente resíduos e evitando criadouros. Dados do Devisa mostram que 80% dos criadouros estão nas residências.
Para acabar com a proliferação do mosquito é preciso evitar qualquer acúmulo de água, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes, calhas e outros objetos. É importante, também, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.
Orientações sobre assistência
Caso o morador tenha febre e mais dois sintomas associados (dor de cabeça, dor no corpo, náusea, vômito, manchas no corpo, dor articular, dor atrás dos olhos), ele deve procurar um centro de saúde de Campinas para receber atendimento e orientações.
Por outro lado, se apresentar tontura, dor de barriga muito forte, vômitos repetidos, suor frio e sangramentos, a busca por auxílio deve ser feita em pronto-socorro ou em UPA.
Comitê de prevenção
Em 2015, a Prefeitura criou o Comitê de Prevenção e Controle das Arboviroses, que neste ano passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. "Estamos extremamente preocupados e o Comitê está em condições para enfrentamento nos próximos meses", afirmou Furtado.
O grupo reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos; Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa.
No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde. Mais informações estão no site: https://dengue.campinas.sp.gov.br.