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Nossa Cidade

Semana da Criança: em Campinas, pequenos têm pouca segurança em carros

Com a proximidade do Dia da Criança, comemorado na quinta-feira, dia 12 de outubro, muitas são as possibilidades de presentes para os pequenos. Mas, em Campinas, um aparenta estar em falta: a segurança ofertada às crianças durante o transporte de carro.

É o que aponta o estudo observacional “Fatores de risco em segurança viária em Campinas”, realizado pela Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, em colaboração com a Universidade de São Paulo (USP) e com o suporte técnico da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) e a Secretaria de Transportes (Setransp). 

Segundo a pesquisa, na cidade, 59% das crianças com idade inferior a 5 anos utilizam dispositivos de retenção nos carros (bebê conforto e cadeirinha). No entanto, quando a idade analisada é a faixa dos 5 aos 11 anos, apenas 13% foram observados usando os dispositivos adequados. 

O presidente da Emdec, Vinicius Riverete, lembra que o uso dos dispositivos de retenção é obrigatório, e alerta pais e responsáveis para a necessidade de garantir a segurança das crianças. “Proteger os nossos filhos é uma forma de amar. É o melhor presente que podemos dar. As crianças são indefesas no trânsito, e precisam do nosso cuidado”, destaca. “É assim que elas também aprendem, desde cedo, a educação para o trânsito.”  

Utilizar corretamente os equipamentos pode fazer a diferença na vida dos pequenos. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que atua como escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas, o uso de sistemas de retenção para crianças é capaz de reduzir em 60% o número de mortes em acidentes.

Além dos riscos, vale lembrar que transportar crianças sem cumprir com as normas de segurança estabelecidas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) configura infração gravíssima, com multa como penalidade e a possibilidade de retenção do veículo até que a irregularidade seja sanada, como medida administrativa. De janeiro a setembro de 2023, a Emdec registrou 635 autuações emitidas devido a este tipo de infração. Ou seja, uma média de mais de duas autuações por dia. 

Para mudar esta realidade de insegurança para os pequenos, além da fiscalização, a Emdec busca conscientizar os responsáveis por crianças e, também, ensinar os pequenos sobre a importância de usar os dispositivos corretamente. As informações são trabalhadas em diversas ações educativas como as duas campanhas anuais de “Volta às Aulas” e em programas permanentes realizados nas escolas, como o “A gente aprende. Agente ensina”, o “Teatro de Fantoches” e o “Minicircuito”. 

Saiba quando usar bebê conforto, cadeirinha, booster ou apenas o cinto  

De acordo com a última atualização da “Lei da Cadeirinha” (Resolução Contran 277/2008), realizada com o novo CTB, em 2021, bebês de até 1 ano ou com peso de até 13 kg devem ser transportados com o bebê conforto e crianças entre 1 ano e 4 anos, ou entre 9 e 18 kg, com a cadeirinha. 

Quando a idade é superior a 4 anos e inferior a 7 anos e meio, e a altura da criança é de até 1,45 metro, o dispositivo correto é o assento de elevação (booster), aliado ao cinto de segurança de três pontos. Em todos esses casos, os dispositivos devem ser usados no banco traseiro do carro. 

Já os pequenos que têm entre 7 anos e meio e 10 anos, e que já alcançaram 1,45 metro de altura, podem usar apenas o cinto de três pontos, sem outro dispositivo, mas também somente no banco traseiro.

Apenas crianças com mais de 10 anos de idade e 1,45 m de altura podem ser transportadas no banco dianteiro do carro, usando o cinto de segurança de três pontos.

Sobre o estudo “Fatores de risco em segurança viária em Campinas”

Os dados foram coletados pela Johns Hopkins International Injury Research Unit com a USP em vias de Campinas, com a observação de fatores de risco. Os resultados representam a prevalência em nível populacional. Para avaliar o uso de cinto de segurança e dispositivos de retenção infantil, foram realizadas 26.283 observações em outubro de 2022, por um período de três semanas, em 15 locais selecionados aleatoriamente. As observações foram feitas das 8h15 às 17h30, em dias de semana e finais de semana.

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