Servidores participam de palestra sobre linguagem simples no setor público

Servidores municipais participaram nesta terça-feira, 15 de agosto, da palestra Linguagem Simples no Setor Público. O evento, promovido pela Secretaria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas, por meio do GentiLab e em parceria com o 011 Lab (Laboratório de Inovação em Governo da Prefeitura de São Paulo), trouxe dicas de como tornar a comunicação pública mais objetiva e inclusiva.

Mas afinal, o que é Linguagem Simples? É quando um leitor ou ouvinte consegue compreender todas as informações da mensagem, sem precisar perguntar para outras pessoas ou ter que ler o mesmo texto várias vezes.

Durante a palestra, os participantes receberam algumas dicas para simplificar os textos, entre elas escolher palavras simples, evitar siglas e termos técnicos, escrever frases curtas e na ordem direta e usar elementos visuais como diagramas, tabelas e gráficos.

“A palestra foi muito interessante, principalmente por mostrar que a gente pode passar uma mensagem importante de forma mais simples”, disse a servidora da Educação Ana Cristina Mota Bessa.

Amanda Graciano Foster, da Secretaria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas, também aprovou o conteúdo. Ela conta que ingressou recentemente no serviço público e acreditava que o jeito rebuscado de escrever era regra. “Fico muito contente em saber que há inclusive embasamento legal para essa grande mudança, por isso amei participar desta palestra e fico ansiosa pelos desdobramentos que ela, com certeza, trará”, disse.

Linguagem simples

O movimento é mundial e começou na década de 1940. Hoje, está em mais de 40 países. O foco da ação é garantir que as pessoas tenham acesso às informações e que essas sejam objetivas e inclusivas.

No Brasil, a primeira política pública criada para tratar exclusivamente do tema foi o Programa Municipal de Linguagem Simples da Prefeitura de São Paulo, em 2019.

As palestrantes, Mar Alves e Gabrielli Martins, da equipe do 011 Lab (Laboratório de Inovação em Governo da Prefeitura de São Paulo) contaram como o programa surgiu e que ferramentas são adotadas para engajar as pessoas neste conceito de linguagem simples.

“A Linguagem Simples é uma linguagem cidadã. É para aproximar as pessoas do governo, esse, sem dúvidas, é nosso principal objetivo”, disse Mar Alves, coordenadora do Programa Municipal de Linguagem Simples da Prefeitura de São Paulo e uma das palestrantes do evento.

Além disso, segundo ela, a linguagem no setor público continua sendo muito burocrática, jurídica, com siglas e vocabulário complexo. “Comunicações públicas são escritas de forma tão difícil que não alcançam as pessoas que mais precisam acessar os serviços públicos. Uma mensagem objetiva e inclusiva é aquela compreendida logo de cara, ou seja, a pessoa não precisa ser atendida mais de uma vez para entender a informação que foi passada”, completou.

Campinas

Em Campinas, um dos serviços que tem utilizado a linguagem simples em seus informativos é o Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde). A área, nos últimos anos, está reformulando os materiais produzidos, em especial para campanhas como as do covid-19 e da febre maculosa.

“Estamos há alguns anos buscando utilizar a linguagem simples não só para a população, mas também entre os servidores e com a imprensa. Buscamos traduzir os dados, as leis para que os diversos públicos consigam compreender nossa mensagem”, disse a diretora do Devisa, Andrea von Zuben.

A ideia, ainda segundo a diretora, é ampliar ainda mais as ações. “Já começamos as tratativas com a equipe do GentiLab para pensarmos como vamos expandir o uso da linguagem simples nos programas e projetos do Devisa, especialmente na Vigilância Sanitária”, completou.

Isso vai ao encontro do planejamento do GentiLab. “A palestra de hoje é o ponta pé inicial dos projetos que o Laboratório tem sobre o tema. Entre as ações, realizaremos oficinas com os servidores”, explicou Victor Lobo, um dos responsáveis pelo GentiLab.

(https://souservidor.campinas.sp.gov.br), um formulário para os servidores que tenham interesse em participar das oficinas, previstas para outubro. Em breve também será publicado um material específico da Prefeitura de Campinas sobre o tema.