Nossa Cidade
Setor cultural discute sobre ocupação do antigo prédio Lidgerwood
Apoiadores do Museu da Cidade se reuniram na manhã desta sexta-feira, 9 de julho, para tratar da ocupação do prédio da antiga Fundição Lidgerwood e, posteriormente, a realização de atividades que se relacionam com a memória do município. O encontro com representantes da sociedade civil e de coletivos e agentes da história aconteceu na sequência ao pedido oficial do prefeito de Campinas, Dário Saadi ao presidente do Conselho do Patrimônio Imobiliário do Governo do Estado de São Paulo, Laércio Paulino Simões, para a doação do imóvel ao município de Campinas.
A reunião contou com as presenças, por parte da Prefeitura Municipal, da secretária de Cultura e de Turismo, Alexandra Caprioli, do diretor de Cultura, Gabriel Rapassi, da gestora do Museu da Cidade, Adriana Barão e do coordenador dos museus, Cristiano Bazaga Ferreira. Por parte dos apoiadores, representantes de violeiros, caixeiras, batuque de mulher, capoeiristas, arquitetos, urbanistas e do Conselho Municipal de Política Cultural de Campinas.
A secretária municipal de Cultura e de Turismo, Alexandra Caprioli, abriu a reunião explicando todo o processo a partir do pedido da Prefeitura ao governo do Estado, e quando confirmada a cessão ao município, os passos para revitalizar o espaço de forma que ele seja acessível à população. “É um espaço vivo, que tem que receber os movimentos. Essa reunião de hoje é dar uma satisfação para pessoas que, durante todo esse período, lutaram pela permanência do espaço, porque acreditam que tem uma viabilidade cultural, uma relevância cultural para a cidade. De não deixar sair esse prédio do município e acima de tudo ter essa contribuição desses grupos que são apaixonados pela história da cidade, pelo patrimônio que ele representa”. A secretária disse que, inclusive, uma arquiteta da Secretaria de Infraestrutura já esteve no local para olhar a estrutura e as condições e o que é necessário para fazer a revitalização do prédio, que é um patrimônio que marca a história da arquitetura industrial no Estado de São Paulo.
É fruto do investimento do ciclo cafeeiro. Sua construção se deu entre 1884 e 1886. Para o diretor de Cultura, Gabriel Rapassi, o pedido ao governo do Estado é um passo importante porque torna possível que o museu da cidade esteja definitivamente no prédio da Lidgerwood, que é carregado da história da cidade e de marcos relevantes, como a própria data da reunião, 9 de julho, que se comemora a Revolução Constitucionalista de 1932. Rapassi também disse sobre a concepção do Museu da Cidade, que não deve ser apenas a guarda de acervo, mas de realização de atividades que se relacionam com a memória da cidade.
A implantação do Museu da Cidade no prédio da Lidgerwood se deu em 1992. Até 2016, o prédio foi dado em cessão de uso pelo Governo do Estado a Campinas. Com o término da cessão, em2017, o acervo do Museu da Cidade foi transferido para a Casa de Vidro, onde permanece até os dias de hoje.
A gestora do Museu da Cidade, Adriana Barão, falou sobre a implantação do Museu da Cidade em 1992 e sobre sua relação com os diferentes movimentos culturais. Para ela, o prédio da Lidgerwood poderia abrigar o patrimônio cultural, especialmente o imaterial, como também atividades culturais e ter uma programação contínua, feita de forma colaborativa com diversos movimentos culturais. O coordenador dos museus, Cristiano Bazaga Ferreira, acrescentou que os próximos passos são planejar os estudos para a reestruturação do local e de uso para atividades culturais.