Nossa Cidade
Tinoco, a anta do Bosque, muda para o zoo de Guarulhos
O filhote de anta macho Tinoco, que nasceu em setembro do ano passado no Bosque dos Jequitibás e que teve o nome escolhido pela população nas redes sociais, mudou de cidade. Tinoco é filho de Madalena e Antônio, animais residentes do zoológico do Bosque.
Há um mês, Tinoco foi transferido para o zoológico de Guarulhos para começar um relacionamento com a fêmea de lá, chamada Antônia. Com cinco meses de idade, o Tinoco ainda é um bebê para “namorar”, mas, segundo o veterinário do Bosque de Campinas, Douglas Presotto, a ida precoce dele para Guarulhos é importante para minimizar o estresse de adaptação para um novo ambiente, a um novo recinto e a um novo grupo de animais. “Até atingir a idade reprodutiva – que é com três anos de idade – a expectativa é que Tinoco já esteja bem adaptado à sua nova vida e possa se reproduzir”, falou Douglas.
O veterinário explica também que como Tinoco e a fêmea de Guarulhos são de origens diferentes, o cruzamento entre eles vai proporcionar uma boa variabilidade genética da espécie. “A mistura genética é uma contribuição importante para que a espécie consiga sobreviver na natureza”, relatou Douglas.
Em Guarulhos
No zoológico de Guarulhos, a fêmea destinada para Tinoco se chama Antônia. Ela viveu por alguns anos com o macho Antenor e o casal teve duas fêmeas. Uma delas foi encaminhada para um mantenedor conservacionista e a irmã seguiu para o Projeto Refauna, na Reserva Ecológica de Guapiaçu, no Rio de Janeiro.
O macho Antenor morreu em junho de 2020. Com a chegada de Tinoco, a ideia é que o novo casal possa se reproduzir e contribuir para a conservação da espécie, gerando novos descendentes que poderão, no futuro, ser reintroduzidos na natureza.
Sobre a anta
A anta se reproduz com facilidade nos zoológicos, porém, na natureza, seu estado de conservação é considerado vulnerável, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). O animal ocorre em quase todos os biomas brasileiros. O menor risco está na Amazônia, mas no Cerrado o estado de conservação da anta é considerado perigoso e na Caatiga está praticamente extinta.
Alguns projetos trabalham para a recuperação animal, como, por exemplo, o Projeto Refauna, que tem como objetivo a reintrodução e o manejo de espécies de fauna que estão extintas localmente ou que estejam sofrendo algum nível de ameaça dentro de sua distribuição original.