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Uso de IA contra faltas em CSs pode recuperar 84 mil vagas em consultas e exames por ano; entenda

A Secretaria de Saúde de Campinas estima recuperar 84 mil vagas em consultas e exames nos centros de saúde (CSs) e policlínicas, no período de um ano, com a ampliação do uso de inteligência artificial (IA) para reduzir faltas nos agendamentos. Isso porque a Pasta anunciou na tarde desta quinta-feira, 11 de abril, que 70 mil mensagens mensais serão disparadas a partir da segunda quinzena de maio via chatbot pela assistente virtual “Ana”, pelo WhatsApp, para lembrar os pacientes das marcações e, com isso, otimizar serviços.

Atualmente, a média de abstenção no SUS Municipal para consultas e exames está estimada em 30% da agenda. Testes realizados pela Pasta em fevereiro mostraram que o WhatsApp permite um alcance mais efetivo de pacientes, quando comparado ao sistema URA (ligações por robôs), e a diminuição das faltas foi de até dez pontos percentuais. Além disso, a “Ana” começou a funcionar em fevereiro e a Saúde aposta na popularização do recurso, ou seja, que as pessoas conheçam cada vez mais este recurso on-line.

O prefeito Dário Saadi destacou que a aplicação da IA permite otimização da estrutura. “Aqueles pacientes que tiveram contato com a plataforma através do WhatsApp tiveram uma aprovação fantástica, aprovaram em mais de 90% o uso da ferramenta. E aquelas pessoas que confirmarem a não presença, que não vão participar da consulta, nós tentaremos colocar outras pessoas. Também é importante que o cidadão entenda a importância dessa ferramenta mantendo o cadastro atualizado e também respondendo”, disse.

Na prática, a medida significa a chegada dos serviços de saúde aos usuários e há três objetivos: ampliar o acesso dos pacientes ao SUS Municipal, reduzir as faltas para potencializar os serviços ofertados, e otimizar as vagas disponíveis para outros usuários do sistema a partir da disponibilidade com a informação prévia de ausência em agendamentos.

Como foram os testes?

A base usada pela Saúde nas análises foram as agendas com maiores índices de absenteísmo, ambas na Policlínica 3: gastroclínica (25%) e ultrassonografia (48%).

Os testes mostraram que a mensagem via WhatsApp chegou aos pacientes e houve retorno para 51,5% dos casos. O índice é quase um terço superior aos 38,6% verificados quando aplicado o sistema URA. Isso se reflete na maior chance de reduzir faltas.

Para a gastroclínica, o WhatsApp permitiu a redução de seis pontos percentuais e, com isso, o absenteísmo passou para 19%. Já para a ultrassonografia, a diminuição registrada foi de dez pontos percentuais, o que fez com que o indicador chegasse a 38%.

    • Ultrassonografia – passou de 48% para 38%. Isso significa que, para cada 100 consultas, o número de agendamentos perdidos foi de 48 para 38.
    • Gastroclínica – passou de 25% para 19%.

Caso o envio de mensagens consiga manter a meta de reduzir em 10% as faltas, a expectativa é de que 7 mil exames e consultas deixem de ser perdidos por mês no SUS Municipal (diante do envio de 70 mil mensagens), avaliou o coordenador departamental de Tecnologia da Informação, Leonel Carlos Pereira.

“A ideia do projeto é que a gente consiga reduzir o absenteísmo e otimizar as vagas. Nós temos casos de pacientes que, por qualquer motivo, acabam esquecendo da sua consulta. Então, quando mandamos esse alerta, ele vai relembrar da consulta e aí ele não vai faltar por esquecimento. Só que também a otimização das vagas se dá por aquele usuário que, por alguma intercorrência, não vai poder comparecer no dia. Então, a partir do momento que ele interage conosco e ele fala que ele não vai poder comparecer na consulta, nós podemos trazer alguém que está aguardando a consulta para a vaga dele e assim otimizar o uso do nosso recurso”, destacou Leonel.

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