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Nossa Cidade

Virada Afrocultural reúne mais de 20 atrações em Campinas

Tem início a partir deste sábado, dia 24 de abril, a 1ª edição da Virada AfroCultural de Campinas, que ocorre em plataformas online em razão do novo coronavírus, a Covid-19. Com mais de 20 atrações e 18 horas de programação, o evento contempla diferentes áreas artísticas como música, artes cênicas, cultura popular, literatura, artes visuais e ou outras linguagens.

A abertura ocorre às 12h, seguida de atrações como apresentação de jogo, cartografia social, samba, presença de mestras e mestres, poesia marginal, exibição de documentário, atrações musicais, entre outros. Todas apresentações são protagonizadas, majoritariamente, por pessoas pretas. A iniciativa inédita é do coletivo REAJU – Rede Articula Juventudes em parceria com a Agência Mandinga de Favela e apoio do Coletivo Margem Cultural e foi viabilizada através do edital da Lei Aldir Blanc da Secretaria de Cultura de Campinas.

Vale destacar que a Virada AfroCultural traz, além de apresentações artísticas, ações educativas, oficinas e palestras, bem como a exibição do documentário do centro de referência Quilombo Urbano O.M.G. (Oziel, Monte Cristo e Gleba B). A proposta é difundir e valorizar a cultura afroreferenciada e fortalecer a comunidade afrodiaspórica da região, por isso, o edital vai privilegiar inscrições de pessoas pretas, transgêneras, afroindígenas e com deficiência.

“Acreditamos que o aquilombamento artístico seja um ponto essencial no enfrentamento ao racismo e no engajamento à luta antirracista em nosso território. Por esse motivo, daremos prioridade aos artistas racializados, pensando a partir das políticas afirmativas vigentes”, disseram os organizadores do evento.

Para que o evento aconteça serão aceitas propostas de qualquer ação de natureza artística e cultural afro-referenciada, que seja realizada por pessoas pretas, pardas ou indígenas, individualmente ou em grupo, desde que sejam da Região Metropolitana de Campinas (RMC). As apresentações serão realizadas no formato live, ou seja, com transmissão ao vivo pela Internet.

Primeira edição homenageia jovem assassinado pela GM

Essa primeira edição é dedicada ao adolescente Jordy Moura Silva, que foi baleado e assassinado através da ação de um guarda municipal em abril de 2019 no bairro Reforma Agrária, na periferia de Campinas.

Segundo o coletivo REAJU, responsável pela Virada, a ideia é que esta seja apenas a primeira edição e que passe a acontecer anualmente, assim como a Lavagem das Escadarias da Catedral Metropolitana de Campinas, ritual que está na 34ª edição, com participação de integrantes de religiões afrobrasileiras.

Documentário Aquilombamento

Além da Virada AfroCultural, será também filmado o documentário “Aquilombamento” será realizado pela Agência Mandinga de Favela, coletivo de quebrada na cidade de Campinas sobre o Quilombo Urbano, O.M.G, (Oziel, Monte Cristo e Gleba B) um centro de referência para a Juventude Preta e Periférica de Campinas criado em 2014 e que promove alguns debates, oficinas, saraus, cirandas oficinas de grafite e entre outros. O documentário vai ser exibido durante a Virada.

O documentário registrou a potência do espaço Quilombo Urbano O.M.G, originado do encontro das juventudes, das mulheres e crianças, residentes da ocupação urbana O.M.G, sigla utilizada para expressar a unidade entre os moradores desses bairros e a articulação com diferentes movimentos populares e culturais da cidade. Demonstrando como o espaço por meio da cultura tem podido resistir, produzir, multiplicar, dialogar e transformar realidades.

“Ter um espaço afro referenciado é importante atualmente. Existem outros coletivos que compõem este espaço como as Promotoras Legais Populares, Cursinho Popular Quilombo Urbano, Mandinga de Favela, Mafia Afrikana, Feconezu, Studios 81 e Trançart”, conta Jonatas Akin, da REAJU.

O Quilombo Urbano O.M.G está situado em uma das maiores ocupações urbanas da América Latina e é mantido e gerido por jovens. “A localidade já se caracteriza como um território de resistência, visto que a própria comunidade nasceu a partir de lutas por direitos”, dizem os organizadores.

Reaju com Mandinga: Construindo um Quilombo na Cidade de Campinas

O evento ocorre a partir da reunião da Rede Articula Juventude – REAJU, coletivo formado por Organizações, Movimentos Sociais, Ativistas e Juventudes e da Agência Mandinga de Favela, criada em 2019 e localizada no Jardim Monte Cristo na cidade de Campinas. Com o intuito de valorizar e publicizar diferentes narrativas periféricas, a atual produção da Agência Mandinga de Favela trabalha com diferentes jovens de quebrada e valoriza escrita, podcast, social mídia e audiovisual.

 A Agência cuida da parte audiovisual e mídias sociais neste aquilombamento, captando imagens do documentário “Aquilombamento” e coletando entrevistas dos “Metres e Mestras de Campinas”. Com a captação, edição, tratamento de áudio, trilha sonora e design. Contará também com toda parte de mídia social, Instagram, Facebook e YouTube.

Serviço –

SÁBADO – 24 de abril

 12h- Abertura

 12h30- Bianca Lucia ‘Mulheres, Tambores e Cabaças – Jongo’

 13h30- Cartografia Social e os Corredores Culturais Negros de Campinas

 14h30- Poliana S. Estevam ‘Samba de Bumbo Mestre Nestão Estevam’

 15h30- Episódio Registro dos Saberes – Mestras e Mestres

16h30- Julia Motta ‘Poesia Marginal: A palavra em manifesto’

 17h30- Documentário ‘Aquilombamento’

 18h30- Máfia Afrikana

 19h30- Episódio Registro dos Saberes – Mestras e Mestres

 20h30- Aisha ‘Responsa’

21h30- Fá K-Beluduru

DOMINGO – 25 de abril

 12h- Abertura

 12h30- Cristina Santos ‘Margeando o Real no Corpo-Memória’

 13h30- Episódio Registro dos Saberes – Mestras e Mestres

 14h30- Savuru Teatro e Dança ‘Canto dos Palmares’

 15h30- Episódio Registro dos Saberes – Mestras e Mestres

 16h30- Camila Novaes ‘Contos, Cantos e Ilustras’

 17h30- Documentário ‘Aquilombamento’

 18h30- Letícia Benevides ‘O conto de Iroco e a boneca Abayomi’

 19h30- Afromanifesto- Conversa com Jacqueline CR

 20h30- Bandida Fina

21-30- Encerramento

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