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Voluntários preservam Mata de Santa Genebra e trocam experiências com a comunidade

Voluntários preservam Mata de Santa Genebra e trocam experiências com a comunidade

O programa de voluntariado da Mata de Santa Genebra é realizado desde 2017 graças a parceria entre a Fundação José Pedro de Oliveira e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) – que são os dois gestores da unidade de conservação. A ação voluntária tem o objetivo de promover o envolvimento da sociedade na gestão e na preservação da unidade de conservação

O presidente da FJPO, Cidão Santos, afirma que o programa de voluntariado conta com pessoas de várias áreas como professores, operários, advogados, aposentados, cidadãos que prestam um serviço extremamente útil nas atividades do dia a dia da Mata como em passeios ou plantios de mudas. “O trabalho do voluntário acaba sendo uma troca, pois os volunários trazem a ajuda e levam também a nossa experiência, o aprendizado de trabalhar junto ao meio ambiente”, disse Cidão Santos.

Existem duas possibilidades de participação no programa de voluntariado: as atividades contínuas ou os mutirões. Os voluntários que atuam nas atividades contínuas auxiliam nos diversos projetos de uso público e educação ambiental – como recepção de escolas públicas ou visitas autoguiadas por exemplo – e em atividades como do Borboletário Santa Genebra. O tempo de permanência estipulado costuma ser superior a seis meses. Há também aqueles que participam de mutirões de atividades com duração mais curta, de 1 a 5 dias, em eventos como a Feirata; Ecoférias; Semana do Meio Ambiente, e em projetos de pesquisa. A abertura de novas vagas é sempre divulgada no site da Prefeitura e da FJPO, e nas redes sociais.

Derick Bozzo, de 28 anos, é voluntário da FJPO desde 2021. Sua irmã e sua mãe também participam do voluntariado. “Está todo mundo envolvido. Sou morador aqui do bairro, sempre frequentei a Mata e tive vontade de participar. Vi na oportunidade do voluntariado para ajudar nos projetos daqui e, para que mais pessoas conceçam este lugar”, disse. Derick afirma que gosta principalmente de receber as crianças de turmas escolares, e de “poder apresentar esse lugar para muita gente de Campinas que ainda não conhece e não sabe da sua importância; poder proporcionar essa vivência dentro da Mata e falar da biodiversidade que existe aqui”.

Mãe de Derick, Regina de Fátima Garcia Buzzo sempre levou os filhos para participar da atividade de férias da Mata, a Ecoférias. Eles cresceram apaixonados pela floresta. A mãe viu a satisfação na vida dos filhos como reflexo do trabalho voluntário realizado por eles e resolveu se inscrever no programa de voluntariado em 2022. “Esse contatro com a natureza é muito gostoso, cada dia aprendo coisas novas. Eu amo esse contato com as árvores, com os macacos, borboletas. E gosto muito de poder mostrar esse lugar para tanta gente”, explica Fátima.

A Mata tem trabalho voluntário de curta duração, multirões em que a pessoa tem a função de ajudar em um evento ou trabalho de pesquisa, por exemplo, e geralmente ocorre em um dia ou em um fim de semana específico. Tem também voluntariado de longa duração. Voluntários que passam um ou dois anos com a equipe da FJPO – trabalhando todas as semanas ajudando a gente, especialmente nas atividades de uso público – como recepção de escolas públicas, visitas autoguiadas.

De acordo com Cristiano Krepsky, biólogo e coordenador de trabalhos em Educação Ambiental, em Campinas, o voluntariado é uma forma da FJPO acolher melhor o nosso visitante. “Das tantas coisas que gosto de fazer na Mata, o voluntariado é uma das mais bonitas. São as pessoas que vem aqui de coração, doar seu tempo – que é algo tão raro – para ajudar na conservação da floresta e ao mesmo tempo descobrem que o serviço presta um benefício enorme para elas mesmas ao perceber o quanto ajudam na recepção de escolas públicas, criando oportunidades para estudantes visitarem a Mata, e ajudando a preservar a Mata – tudo isso traz um beneficio e uma satisfação enorme”, diz Krepsky.

Sobre a Mata de Santa Genebra

A Área de Relevante Interesse Ecológico Mata de Santa Genebra é uma unidade de conservação federal que possui gestão compartilhada entre a Fundação José Pedro de Oliveira e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICM-Bio). Sua vegetação é classificada como um remanescente de Mata Atlântica, fisionomia vegetal que anteriormente possuía a maior área de cobertura do Estado de São Paulo e hoje é uma das mais devastadas do País.

A MSG totaliza 251,77 hectares – o equivalente a 300 campos de futebol. É o maior fragmento de Campinas, e abriga aproximadamente 660 espécies de flora, algumas delas sob risco de extinção no país, como Euterpe edulis/palmeira-juçara e Ocotea odorifera/canela-sassafrás.

A ARIE Mata de Santa Genebra é um fragmento florestal relativamente pequeno, mas apesar do seu tamanho reduzido é um importante refúgio para a fauna nativa da região. Foram identificadas até o momento 329 espécies de vertebrados, sendo 17 anfíbios, 38 répteis, 220 aves, 51 mamíferos e três de peixes. Quanto aos invertebrados, não existem estudos, exceto para borboletas, das quais foram identificadas mais de 700 espécies.

Dentre as espécies identificadas na unidade, destacam-se a onça-parda (Puma concolor), da qual foram registradas, desde 2013, três ninhadas, com um total de quatro filhotes; a Jaguatirica (Leopardus pardalis); o gato-do-mato-pequeno (Leopardus guttulus); e o bugio-ruivo (Allouata guariba clamitans), estando todos estes na lista vermelha da fauna ameaçada do Estado de São Paulo.

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